quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Buscando as Origens II













Ao dar por terminado a pesquisa em Anápolis, começei a pensar como deveria prosseguir. Trabalhei no Museu Histórico de Anápolis, ainda quando cursava o ensino médio. Foi o meu primeiro emprego e com muito orgulho. Lá estudei e recebi orientações para a minha futura carreira de historiador. Três anos antes de prestar o vestibular, eu já sabia o que queria. Fazer História na Universidade Estadual de Goiás. No museu começei a ler a obra do pirenopolino Jarbas Jayme (1895-1968), grande historiador e genealogista, foi membro do Instituto Genealógico Brasileiro e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, não fez parte da Academia Goiana de Letras, por recusa sua. Jayme foi um homem brilhante e inteligentíssimo. Deixou vasta obra, a minha preferida é "Famílias Pirenopolinas" dividida em cinco volumes, que escreveu durante 30 anos de árduas pesquisas. É uma obra ímpar, obrigatória para quem quer conhecer o berço da genealogia goiana. Jayme passou a ser o meu referencial na pesquisa genealógica, o seu estilo me encantou. O que me serviu de modelo.



A pesquisa em Uberlândia seria complicada, envolveria arquivos da Igreja. Eles ainda existem? Indaguei-me. O registro civil de pessoas foi instituido no Brasil, após a proclamação da República em 1889. Anterior a essa data, os registros de nascimento, casamento, óbitos e outros, eram feitos pelas igrejas através dos batistérios, casamentos e demais, que ficavam registrados nos livros paroquiais. A Igreja responsável na época era a Matriz de Nossa Senhora do Carmo, mas tinha sido demolida em 1941. Foi quando entrei em contato com o sítio eletrônico da Diocese de Uberlândia, e questionei se tais livros paroquiais ainda existiam e qual paróquia estavam. Ainda passei a relação dos parentes e antepassados a serem pesquisados.

Com o prazo de um mês, recebi uma ligação telefônica da secretária da Catedral Santa Terezinha, os livros paroquiais estavam lá. E já haviam encontrado o batistério do meu trisavô Onofre Rodrigues de Rezende, ele nascera em 6 de julho de 1884 e batizado em 20 do referido mês. Os nomes de seus pais, não eram os que pensava que fossem, conforme a certidão de óbito retirada em Anápolis. Ele era filho de Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus. Os padrinhos foram Francisco Martins Carrejo e Delfina Alves Rodrigues. Imediatamente fiz a ligação dos sobrenomes dos pais e padrinhos. Ora, meu tetravô Elias pertencia à antiga e tradicional família Martins de Uberlândia, e os Martins tem parentesco com os Carrejo, família do fundador da cidade Felisberto Alves Carrejo. Também descenderia minha família do fundador de Uberlândia? Estava quase dado por certo. O batistério de minha trisavó Vergilina Maria de Rezende (prima e esposa de Onofre) não foi encontrado. Um mês após, encontrou-se o batistério do outro trisavô (irmão de Vergilina) Modesto Ferreira de Rezende. Ele nasceu em 28 de abril de 1883 e foi batizado em 5 de maio do mesmo ano. Os seus pais eram Damaso Ferreira da Fonseca e Mariana Luciana de Rezende. Os padrinhos foram Francisco Mariano Ferreira e Maria Grama de Rezende. Então, se Onofre e Vergilina eram primos, Maria Magdalena e Mariana Luciana eram irmãs. Também estava obscuro a relação familiar nossa, com a Família Paniago. Sabia de uma possível relação familiar. Como? Não sabia dizer, a minha esperança era que os livros paroquiais mostrassem.

Se quisesse saber mais, deveria ir a Uberlândia, não teria outra forma. Telefonei ao primo de minha avó, padre Armando Ferreira Gomes residente em Goiânia. Disse a ele que quando fosse visitar sua mãe Maria Rizza em Uberlândia, se possível me levar junto. Foi o que aconteceu, fiquei dez dias na cidade, visitei as irmãs de minha bisavó e vários parentes, em especial o primo Waltecir José Cardoso que escrevera um livro sobre a família. Com ele adiantei minhas pesquisas. E agora faltava a minha pesquisa ser realizada na Catedral Santa Terezinha, fui lá e conversei com a secretária. Ricardo Nasser também funcionário da Igreja, o que era responsável pelo arquivo ouviu nossa conversa e colocou-se a disposição para me ajudar. Afinal de contas, há mais de 20 anos cuidando dedicadamente ao arquivo. Ricardo me levou até o pároco, padre Olimar Rodrigues, para pedir a sua autorização para que eu pudesse pesquisar pessoalmente nos livros paroquiais do arquivo. O louvável sacerdote acabava de autorizar, que alegria! Fomos de imediato para o armário dos livros, estava ansioso e apreensivo, ali certamente estaria os meus antepassados.

Começei a folhear página por página, livro por livro, batizado, casamento, óbito. Lia com certa dificuldade, pois aquelas letras antigas e manuscritas eram complicadas de entender. Os sobrenomes das pessoas que eu via, tinham algo em comum, começei a ver que aquelas famílias pioneiras do antigo Arraial de São Pedro de Uberabinha (atual Uberlândia) tinham laços de parentesco entre si: Gomes Martins, Gomes Martins Rodrigues, Rodrigues Martins, Martins Carrejo, Alves Carrejo, Carrejo da Cunha, Peixoto Carrejo, Alves Rodrigues, Alves Martins, Martins Ferreira, Ferreira da Fonseca, Fonseca e Silva, Alves Pereira, Alves Rezende, Gomes Pereira, Rezende, Paniago, entre outras.

Vira página daqui, vira dali encontrei a registro de casamento dos meus tetravós Damaso Ferreira da Fonseca e Mariana Luciana de Rezende, datado de 27 de julho de 1875. Qual minha surpresa? Descobrir os nomes dos pais de meus tetravós. Dito e certo. Os pais de Damaso eram João Vicente de Menezes e Rita Luiza da Fonseca. Os de Mariana? Eram Antonio Joaquim Paniago e Anna Maria de Rezende. Isso provaria agora a nossa descendência dos Paniago. Mas um pouco e encontrei o registro de casamento dos meus tetravós Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus. Ele filho de Francisco Martins Carrejo e Delfina Alves Rodrigues. Ela filha do mesmo casal Rezende-Paniago citado anteriormente. Portanto, minhas duas tetravós eram irmãs e não parou por aí, fiz inúmeras descobertas, que se fosse citar aqui, levaria páginas e páginas. A minha pesquisa se tornou um banco de dados familiar grandioso. Com tantas informações e descobertas históricas, estou escrevendo um livro sobre a nossa genealogia. Fácil não é! Impossível jamais!

4 comentários:

  1. Essa era a Fazenda São Francisco de propriedade de João Pereira da Rocha (falecido em 1846. Foi adquirida através de sesmaria, cujo território correspondia as terras entre o Rio Araguari (das Velhas) até o Rio Uberabinha. No inventário de João P. da Rocha essa propriedade ficou para seu filho Cel. Antônio Alves Pereira, com a morte desse seus herdeiros venderam a terceiros. O casarão ainda existe e está em boas condições. É a construção mais antiga que existe em Uberlândia, começou a ser construida em 1818.

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  2. Daniel,
    Obrigado pelas informações. Recentemente visitamos e conhecemos o lugar.
    Tinhamos dúvidas quanto aos donos, mas elas já não mais existem.
    Um abraço e até...

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  3. Boa noite

    Meu nome e Welber Paniago sou natural de Jatai-Go, e a pedido de meu pai Celestino Alves Paniago, venho fazendo uma pesquisa sobre nossos antepassados tenho a certidão de casamento de meu bisavó, que era natural de Uberaba-MG e se casou em Rio Verde-Go, vou passar aqui os nomes deles, se você ou o Daniel Rezende tiver mais alguma informação sobre a origem deles, ficarei agradecido.
    Meu Bisavô - Olympio Rodrigues Paniaga nascido em 1876 natural de Uberaba-Mg casado com Olina Franscisca de Jesus.
    Meu Tataravô - Manoel Joaquim Paniaga casado com Emereciana Rodrigues Rabella,

    Se você em suas pesquisas tiver mais alguma informação sobre outros antepassados, por favor, envie para meu email: welberpaniago@hotmail.com
    Desde já Agradeço a atenção
    Abraço.

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