sábado, 11 de dezembro de 2010

A Fazenda do Sobradinho


Carro-de-boi partindo da casa-sede  - 1935
A formação da Fazenda do Sobradinho se dá com a chegada da família Cabral de Menezes. Chegaram à região por volta de 1840, provavelmente oriundos de Formiga. Em solo uberlandense começaram a formar diversos sítios, sobretudo no Córrego do Bebedouro. Com a morte dos pioneiros Francisco Cabral de Menezes, João Cabral de Menezes e Valério Cabral de Menezes, as terras vão ser inventariadas e passadas aos seus descendentes. No princípio a fazenda consistia numa grande propriedade, mais com o número elevado de filhos e conseqüentes herdeiros, a fazenda sofre uma fragmentação.  Muitos desses herdeiros vão vendendo seus direitos a outras famílias. Em 1898 os irmãos Francisco Joaquim de Moraes e Constantino Joaquim de Moraes vão adquirir uma gleba situada na margem esquerda do Córrego do Bebedouro. Também adquiriram terras na região, Angilberto Luiz da Costa, Manoel Fernandes de Lima, Antônio Crescêncio de Mendonça, Miguel José Paniago, Conrado Alves de Britto, entre outros. Posteriormente é Silvério Lourenço de Paula, que vai adquirir a referida gleba.  Em 1907, ele a vende ao senhor Eusébio Bento de Oliveira e sua esposa Carolina Maria de Jesus. Permanecem na fazenda até 1928, quando a mesma é adquirida por Modesto Ferreira de Rezende.

Curral e casa-sede no fundo - 1935
 A partir da década de 1910, começa a chegar à região muitos imigrantes italianos. Já estavam no Brasil há algum tempo, pois se fixaram inicialmente no estado de São Paulo, onde eram trabalhadores nas plantações de café.  Com o surgimento de oportunidades de adquirirem suas próprias terras e por preço acessível, embarcam na Mogiana¹ rumo ao Triângulo Mineiro. Podemos destacar nessa perspectiva as famílias Buiatti, Malagoni, Lozzi, Giaretta, Rizza, Biasi, Zanatta, Segatto, Zago, entre outras.

A casa-sede da fazenda nos dias de hoje.
Modesto conhecia bem a região, sabia que as terras eram boas para a lavoura, quanto para a criação de gado. Porém, continuou residindo com sua família na Fazenda Jardim, havida por herança de seu sogro João Gomes Pereira. Também possuía uma pequena gleba na Fazenda São Francisco, obtida pela herança citada anteriormente. Visitava o Sobradinho constantemente, a fim de cuidar da propriedade e ver o trabalho dos peões com o gado.  Em 1935, Ladário Ferreira Gomes (filho de Modesto) casa-se com Geralda Alves da Rocha, e Modesto com sua família muda-se para o Sobradinho, a fim de deixar o sítio do Jardim de moradia para o novo casal. 

Os velhos esteios ainda resistem a ação do tempo
Chegando a Sobradinho, uma propriedade até então de uns 20 alqueires, começa a expandir as terras. Para isso, começou a comprar terras dos confrontantes. Em 1934, já havia adquirido 5 alqueires do casal italiano João Malagoni e Ludovina Lozzi. Modesto ia poupando o máximo que pudia, e só pensava em aumentar a propriedade. Em 1937, comprou as terras de José Agostinho e sua mulher, dona Hermelinda Lozzi. Depois são as terras de Antônio Crescêcio de Mendonça e Natal Lozzi, que vão ser adquiridas.  A Sobradinho de uma grande fazenda dos Cabral de Menezes, foi fragmentada formando vários sítios por volta de 1900. E a partir da década de 1930, volta a ser uma grande fazenda, só que pertencendo a Modesto Ferreira de Rezende.  

Modesto mandou reformar e ampliar o velho casarão de esteios e assoalhado, trocou as velhas telhas comuns (colonial) por telhas francesas. Montou um engenho, o qual o registrou e denominou de “Engenho Banguê”. Também abriu uma olaria, formou plantações de abacaxi e melancia, e ainda o grande rebanho bovino que possuía. Para tantos afazeres, Modesto contava com o trabalho dos seus filhos, 12 no total. Sendo seis mulheres e seis homens. As mulheres eram responsáveis pela lida da casa, junto com sua mãe. E os homens, designados para as lidas pesadas da fazenda.  Modesto com sua simplicidade e trabalho, conseguiu acumular um bom patrimônio. Com o seu falecimento em 1953, a fazenda sofre outro processo de fragmentação, seus 12 filhos vão formar cada um, pequenos sítios.  Na atualidade ainda se encontram descendentes nesses sítios. Porém, assim como no restante do Brasil, o fenômeno denominado êxodo rural, levou a maioria a vender suas propriedades e se mudar para a cidade.
Engenho de ferro fundido, foi colocado na década de 1930 em substituição aos de madeira.




Vista do quintal centenário




NOTAS

Mogiana¹ - Referente a Cia. de Estradas de Ferro Mogiana,  os italianos vinham de São Paulo para Uberlândia em locomotivas da respectiva companhia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TEIXEIRA, Tito. Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central. 1º vol. 1ª Ed. Uberlândia: Uberlândia Gráfica, 1970.


FOTOS
Acervo Onofre Rezende



Daniel Rezende - © Todos os direitos reservados

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Criação do Arraial onde tudo era sertão

O nome primitivo da região do Triângulo Mineiro foi Sertão da Farinha Podre. Em 1846 foi criado o Arraial de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro. Em 21 de maio de 1852, foi criado o distrito de paz com a denominação de São Pedro do Uberabinha, subordinado ao município de Uberaba pela Lei Provincial nº 602 e elevado à Freguesia em 11 de junho de 1857 pela Lei 831. A criação do município de São Pedro de Uberabinha ocorreu em Ouro Preto, antiga capital da província mineira, perante aprovação na Assembleia Legislativa Provincial através da Lei nº 4.643 de 31 de agosto de 1888.
             
Praça Dr. Duarte - Década de 1920
A Vila de São Pedro de Uberabinha foi elevada a categoria de cidade pela Lei nº 23 de 24 de maio de 1892, instalando-se a primeira Câmara Municipal. Em 1929, através de um plebiscito, Uberabinha passou a se chamar Uberlândia, nome este sugerido pelo guarda-livro (contador) João de Deus Faria. Uberlândia vem da junção de duas palavras: UBER (do latim Uberis, significa fértil) e LAND (do germânico Land, significa terra). Portanto, Uberlândia quer dizer terra fértil. Essa alteração foi validada pela Lei nº 1128 de 19 de outubro de 1929.


   PRIMEIRAS RUAS E DEMONINAÇÕES


Após a inauguração da capela,o capão de mato existente em torno da mesma foi roçado, abrindo-se no local sete ruas e duas praças com as seguintes denominações (seguidas do nome atual):

- Largo da Matriz (Praça Cícero Macedo);
- Largo das Cavalhadas (Praça Cel. Carneiro);
- Rua Direita (Marechal Deodoro);
- Rua do Cota (Dom Barreto);
- Rua do Pasto (XV de Novembro);
- Rua São Pedro (Rua Vigário Dantas);
- Rua Boa Vista (Rua Felisberto Carrejo);
- Rua do Rosário (General Osório);
- Rua Sertãozinho (José Ayube);
- Rua das Pitangas (Augusto César).

Esse núcleo primitivo da cidade constitui hoje o Bairro Fundinho, onde as ruas estreitas e algumas construções antigas testemunham os primeiros tempos da velha São Pedro de Uberabinha – hoje Uberlândia.


Por Waltecir José Cardoso

- Todos os direitos reservados -


REFERÊNCIA

CARDOSO, Waltecir José.  Entre Parentes: História e Genealogia. Composer. Uberlândia: 2005.
FOTO

Arquivo Público de Uberlândia - Seção de Fotografias

sábado, 27 de novembro de 2010

A Igreja do Carmo e a fundação do arraial de São Pedro do Uberabinha

1ª capela construída a partir de 1846
A história oficial de Uberlândia trata Felisberto Alves Carrejo como fundador¹ da cidade. Discordo um pouco dessa visão, uma vez que na localidade já havia certo contingente populacional, e também a presença pioneira da família de João Pereira da Rocha². Portanto havia uma povoação, o certo é que Felisberto era um letrado no meio da maioria analfabeta. E isso facilitou para que ele em nome dos demais corresse atrás do necessário para a constituição legal do arraial. Tanto que foi escolhido pelos moradores para representar os interesses do arraial, junto à Vila de Santo Antônio do Uberaba.  Pode-se afirmar que Felisberto foi um dos fundadores do arraial. Segundo Tito Teixeira na obra Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central, Felisberto em companhia de seus irmãos e demais familiares chegaram a localidade por volta de 1835, e adquiriram terras de José Diogo da Cunha e João Pereira da Rocha, e as dividiram-na em quatro fazendas, denominando-as a saber: Olhos d’água, Laje, Tenda e Marimbondo. 

Na fazenda Tenda, de sua propriedade, Felisberto fundou a primeira escola da região. Tinha preparo e conhecimento para isso, pois havia estudado no seminário dos Padres Catequistas, na então Vila de São Bento do Tamanduá, hoje Itapecerica de Minas. Lá também aprendeu a profissão de ferreiro, o qual posteriormente abriu uma oficina em sua fazenda. O próximo passo de Felisberto foi lutar pela construção de uma capela, o que se inicia em 1846. Encontrou fácil apoio da população, que a medida do possível fazia suas contribuições para a construção da mesma. Também foi aclamado pela população como inspetor paroquial, ficando responsável a representar e prestar contas, se necessário as autoridades eclesiásticas. 
Matriz de Nª. Senhora do Carmo em fins de 1920, ainda permanecendo as características arquitetônicas de 1860.

Em 27 de dezembro de 1849, José Martins Carrejo, filho de Felisberto é ordenado sacerdote na Catedral de Sant’Ana da Vila Boa de Goiás. Uma vez que o Triângulo Mineiro estava sobre jurisprudência eclesiástica do bispado de Goiás. Padre Carrejo foi designado para chefiar a Paróquia da Aldeia de Sant’ Ana do Rio das Velhas, hoje Indianópolis³. Até então, a igreja mais perto de Uberabinha (cerca de 35 Km). Para lá que a população ia para cumprir seus deveres religiosos. Com a inauguração da primeira capela em 1853, as coisas facilitaram e não precisavam se deslocar a tal distância. A igreja recebeu o orago de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. No adro da igreja, foi feito o primeiro cemitério. Sobre a primeira invocação ressalta-se que foi escolhida por Felisberto, pois em sua família havia uma tradição muito forte a Nossa Senhora do Carmo. Prova disso é que as mulheres de sua família carregavam na assinatura o nome religioso do Carmo. 

Felisberto Alves Carrejo
Na ausência de um padre cura, o Pe. Carrejo se deslocava de Indianópolis para Uberabinha a fim de realizar as celebrações. Às vezes ele acabava ficando uma temporada por lá, junto de sua família. Isso permaneceu até que foi designado o primeiro vigário, Antônio Joaquim de Azevedo. Agora Uberabinha pôde contar com um padre de forma definitiva e o Pe. Carrejo passou a ser o coadjutor. Com o objetivo de dar forma jurídica às terras adquiridas em consentimento dos vinte e um proprietários, os procuradores, promoveram a divisão e demarcação daquele patrimônio perante o juiz municipal de Uberaba, em outubro de 1857, no arraial já denominado de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Nesse mesmo ano, a capela curada passa a ser freguesia e se viu necessário a ampliação da igreja, pois a mesma já contava com 3000 almas. É em 1861, que a mesma vai ser elevada a condição de paróquia, continuando com a mesma invocação. Felisberto Alves Carrejo vem a exercer também, o cargo de juiz de paz. Com o seu falecimento, é Francisco Alves Pereira que substitui Felisberto a frente do arraial e da continuação das obras na igreja. Enfim, Felisberto tem um papel relevante na história do município de Uberlândia. Foi graças a ele e aos demais homens da terra, cujos nomes a história oficial insiste em ignorar que se deu a fundação do arraial de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro do Uberabinha, e que se tornou, na pujante cidade de Uberlândia.

 

NOTAS

¹ Felisberto Alves Carrejo foi oficialmente considerado fundador da cidade em 1964.
² Oriundo de Cachoeira do Campo, João Pereira da Rocha chegou a região por volta de 1818. É em 1821 que recebe uma carta de sesmaria, oficializando as posses realizadas. O resultado dessa sesmaria dá-se na fundação da Fazenda São Francisco.
³ Essa cidade foi fundada pelo Cel. Antônio Pires de Campos por volta de 1740. O mesmo chefiou 3000 índios Bororôs num terrível combate contra os temíveis índios Caiapós. Constitui umas das povoações mais antigas do Triângulo Mineiro. Com a anexação à Goiás, passou a ser posto alfandegário com a missão de fiscalizar a estrada São Paulo – Goiás. Posteriormente esse posto foi transferido para Desemboque, situado na margem direita do Rio Grande.

REFERÊNCIAS

TEIXEIRA, Tito. Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central. 1º vol. 1ª Ed. Uberlândia: Uberlândia Gráfica, 1970.
ARANTES, Jerônimo. Cidade dos Sonhos Meus: Memória Histórica de Uberlândia. Uberlândia: Edufu, 2003.
SILVA, José Trindade da Fonseca (cônego). Lugares e pessoas - Subsídios eclesiásticos para a história de Goiás. 1º vol., São Paulo: Escolas Salesianas, 1948.  
Acervo Eclesiástico da Catedral Santa Terezinha – Uberlândia – MG.
Acervo Onofre Rezende – Seção de Documentos – Anápolis – GO.

FOTOS

Acervo do Arquivo Público de Uberlândia

* Daniel Alves Rezende é pentaneto do casal Francisco Martins Carrejo e Delfina Alves Rodrigues, sendo que Francisco era irmão do padre José Martins Carrejo. Consequentemente, filhos de Felisberto Alves Carrejo e Luiza Alves Martins.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Forte Religiosidade Rural

Naqueles tempos em que a população encontrava-se majoritariamente no campo, levava-se uma vida muito simples e restrita às lidas da roça. Na época da moagem da cana-de-açúcar o pessoal levantava por volta das 3 horas da madrugada. Os principais produtos eram o açúcar¹, a pinga e a rapadura, esta última geralmente para o consumo familiar. Já o açúcar e a pinga eram vendidos geralmente na cidade e entregues em carro-de-boi. Embora, também se retirasse para o consumo.

Carro-de-boi de Silvino Marciano Carrijo em 1920, hoje na Praça Clarimundo Carneiro

Paralelamente a produção de açúcar, o forte era a criação de gado. Comprava-se e revendia o rebanho para outros fazendeiros e aos açougueiros da cidade. Uma parte da propriedade, também era destinada a agricultura, onde se formava lavouras de arroz, feijão, milho, mandioca, batata, etc. Essa produção era quase que exclusiva as necessidades da fazenda. As propriedades rurais eram praticamente auto-suficientes, compravam-se pouquíssimas coisas na cidade, entre elas: ferragens, querosene, arame, tecidos, chapéus para os homens, pó-de-arroz e colônias para as mulheres.  Às vezes um fazendeiro de maior posse possuía casa na cidade, a fim de resolver seus negócios e participar das festividades religiosas, principalmente na Semana Santa e em novenas.  


Fazenda Sobradinho em  Uberlândia - MG

                
 A religiosidade do povo era muito forte e simples, carregada às vezes de sincretismos e superstições. Os roceiros recorriam aos raízeiros e benzedores em geral. Especialmente naqueles locais mais afastados, onde esporadicamente se passava um vigário. Mas quando este chegava era motivo de alegria geral, o povo tinha um enorme respeito, o vigário regularizava uniões ilegítimas perante a Igreja, celebravam-se batizados, eram as chamadas desobrigas.  Nas casas também não faltavam um oratório dedicado a algum santo, onde era comum a reza do terço todos os dias.  Na época da seca, ia o povo fazer novena pedindo chuva e na oportunidade jogavam água aos pés do cruzeiro. Aos roceiros mais letrados e na ausência de livros devocionais, copiavam as orações em uma folha de papel, e guardavam-na para os momentos oportunos de recitação. Agora, havia uma oração que recebia maior destaque, era o Breve de Roma. Nele as pessoas depositavam sua total confiança, em vista de receberem proteção Divina contra vários males. Das pestes, das guerras, da fome, dos animais peçonhentos, dos inimigos, de tiros e de uma possível morte repentina, segundos eles sem o arrependimento dos pecados. 
                 
Mudesto Ferreira de Rezende 
Exemplificando a situação, citarei Mudesto Ferreira de Rezende (*1883 +1953), numa de suas andanças pelo mato, foi ofendido por uma cobra.  Isso ocorreu em princípios de 1912, ficou em péssimo estado de saúde. Sua cura foi atribuída pelo fato de que algumas horas depois ele teve vômitos que teriam colocado o veneno para fora.  Passado o susto e a recuperação, Mudesto fez uma cópia manuscrita do Breve de Roma, numa folha pautada que havia comprado na cidade. Depois de pronta, dobrou a folha em várias partes e pediu para que sua mulher, Thereza Maria de Jesus fizesse uma espécie de capanga² de algodão, para guardá-la. Mudesto passou a rezar o Breve de Roma todos os dias, em agradecimento a Deus por ter sobrevivido. E trazia a referida oração junto ao corpo, para protegê-lo contra novos perigos. Isso ocorreu há 98 anos atrás, na Fazenda Jardim em Uberlândia e só pôde ser descrito, pela guarda e conservação da cópia manuscrita da oração³. Segue-se abaixo o fac-símile da mesma.




Santissimo Breve de Roma
Sendo muito grande os perigos e as perigosas guerras e a grande peste a que está sujeita a natureza humana eu que me reconheço por homem mortal e pecador desde que fui do nada (ilegível) e malicia a natureza humana o meu ser ingrato recioso da morte temporal em pecado mortal o que Deus não permitta que eu entre nas penas eternas assim eu ingrato servo vosso peso que me deis tempo de por este Santissimo Breve nos pés  da vossa Mãi Maria Santissima para que seja bem dispachada em vosso santo tribunal. Primeiramente eu rogo e peso ao Padre Eterno que receba a supplica deste santíssimo breve com os merecimentos do seu filho nosso senhor Jesus Christo para elle me livrar este meu corpo de todos os perigos mortaes e da fúria de meus inimigos e das armas que trouxerem contra mim em todos os perigos e apertos livrai-me senhor Bom Jesus pela vossa santa encarnação pelo vosso santo nascimento pelas lágrimas de sangue que no presente chorastes pela profusão de sangue que derramastes pelo deserto pelo frio e sede que soffreste pela esmola que deste pelo jejum do deserto pelos sermões que pregaste aos vosso santo dicipulos pela instituição do santíssimo sacramento pela oração do horto pela entrada de jeruzalem pela noite da ceia pela traição de Judas pelas bofetadas que na casa de anãs vos deram. O Padre eterno que areceba a supplica pela coroa de 72 espinhos que eu vossa sacrossanta cabesa puseram pela cana verde que vos fizeram em punhar pela púrpura do escarneo que vos vestiram e onde foste pregado na cruz pelas 3 horas que na cruz viveste pelas sete palavra que nela diceste pelo amargorozo calix que bebestes pela dor que tiveste quando viu xegar a sua mãe  maria santissima e o vosso dicipulo S. joão pela recomendações pela hora que espirastes pela disida que fizeste ao inferno pela vossa maravilhosa assumção e pela vinda do espirito santo. Eu vos rogo e peço sinhor para que queira livrar e valer este meu corpo do fogo violento e das águas corente dos bixos pesonhentos das condições de má gente e de todos os perigos prezente e futuro. Senhor me livrai –me de tiros e de balas de qualquer metal e matéria sejas commigo em todos os perigos por aquelas palavras fostes que maizes disse no mar vermelho. Senhor ahi  vem meus inimigos cáia sobre elles todo medo e pavor e a forsa do vosso braso para que elles fiquem immoves como as pedra no campo enquanto possa este vosso servo nos perigos e aperto suas armas fastem e caiam por terra e o poder de Deus Espírito Santo meus inimigos sejam destruídos pelo poder da santíssima trindade e todas as armas que truxerem contra mim sejam destruídas e não tenham algum vigor contra mim sejam pelo poder de deus e da virgem Maria e de todos os santos da corte do céu patriarcha prophetas confesores virgens viúvas penitentes eremitas apóstolos evangelista S. tiago S. marcos S. matheus S. lucas S. phelipes e todos os mais apóstolos os nove coros de anjo cherubins seraphins e todas as denominações de virtude anjos arcanjos do céu valha-me o poder de S. miguel S. raphael por elle permita senhor que todos os meus inimigos tenham boca não me falem tenham mãos e não me peguem e nem ofenda tenham pés e não me alcance pelo poder da santíssima trindade santa Maria valei-me mãe dos pecadores socorei-me todos os coros de anjos sejam por mim todos os santos patriarchas sejam por mim todos os santos confesores guardai-me e confortai-me todos os santo dicipulos do senhor o meu corpo defendam todos os santos da corte do seu dos perigos me guardem S. bento seja com migo e todos os santos sejam com migo da morte repentina livrai-me senhor do ferro agudo livrai-me senhor das armas de fogo livrai-me senhor de tiros e balas livrai-me senhor de todas as pesiças livrai-me senhor deus a quem venero assim passarei por todos os meus inimigos sem ser visto e ofendido pelo poder de deus padre e deus filho e deus espírito santo amem maria santíssima seja commigo e Jesus Maria e José  sesta-feira da paixão 5 de Abril de 1912 Pertence este Breve de Roma a Modesto Ferreira de Rezende


NOTAS

¹ No Engenho Banguê, localizado na Fazenda Sobradinho e de propriedade de Mudesto Ferreira de Rezende produziu-se segundo a Coletoria das Rendas Federais em Uberlândia no ano de 1944, a importância de 3 toneladas de açúcar. 

² Segundo o dicionário Aurélio, capanga é uma bolsa pequena que se usa a tiracolo. Ou ainda, uma pequena bolsa de mão, utilizada, sobretudo por homens.

³  Há de se observar que na referida oração há ausência de pontuação, grande quantidade de erros gramaticais e a falta de concordância, visto que naquela época pouquíssimas pessoas freqüentavam os bancos escolares, ainda mais as que residiam no campo. Ormezinda Ferreira Gomes foi quem guardou e conservou a oração por vários decênios, desde que a recebeu de seu pai Mudesto Ferreira de Rezende. Ela nasceu na Fazenda Jardim em Uberlândia, aos 23/08/1923, hoje reside na cidade, juntamente com sua filha Abadia Alves Ferreira.


 REFERÊNCIAS

CARDOSO, Waltecir J. Entre Parentes: História e Genealogia. Uberlândia: Composer, 2005.
Acervo Onofre Rezende – Seção de Documentos – Anápolis – GO
Depoimento oral colhido de Ormezinda Ferreira Gomes, 2009

FOTOS

Acervo Onofre Rezende - Anápolis - GO


* Daniel Alves Rezende é graduando do Curso de História da Universidade Estadual de Goiás,  pesquisador e mantenedor deste blog. É permitido o uso das informações, desde que seja citada a origem do conteúdo.

sábado, 20 de novembro de 2010

Paineira Velha

Paineira velha abandonada
lá na estrada de meu sertão
Tens uma história de meu passado
que está guardada no meu coração
Eu a encontrei eras pequena
Em meio ao mato onde nasceu
Todas as tardes eu a regava
E assim depressa você cresceu


Paineira velha na sua sombra
Com minha amada fui tão feliz
Colhendo as flores que você dava
Mas o destino assim não quis
E numa tarde você murchou
E o canarinho emudeceu
Hoje o seu tronco só encontrei
O nome dela e um adeus


Paineira velha daqueles tempos
Já se passaram muitos janeiros
Ainda és tão boa tua sombra amiga
Hoje é pousada dos boiadeiros
Já não existe mais o terreiro
No meu ranchinho o cipó cobriu
E a sua casca cresceu de novo
O nome dela também sumiu


Paineira velha fiel amiga
Nossos destinos são sempre iguais
Se estou contente você floresce
Quando eu padeço suas flores caem
Nascemos juntos paineira velha
Vamos morrer nesta união
De vossos galhos quero uma cruz
De sua madeira quero caixão


Letra e música: Zé Fortuna e Pitangueira (1959)
Foto: Glaucio Henrique Chaves - Araguari - MG

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Zeferino Rodrigues de Rezende

Foi o primeiro filho do casal Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus, nasceu aos 25 de agosto de 1882, na Fazenda Marimbondo. Após se casar, também residiu na Fazenda do Salto e no Córrego Liso. Seu primeiro casamento se deu a 29 de junho de 1912 com Virgilina Maria de Jesus, sua parenta, filha de Joaquim Carrijo de Machado e Maria Rosa de Jesus. Em segundas núpcias, ocorrida em 06 de setembro de 1913, casou-se com Etelvina Alves Rodrigues, filha de Joaquim Ferreira Carrijo e Anna Martins da Conceição. Faleceu em 1942, sendo enterrado no Cemitério São Pedro. 


Zeferino, Maria (sua esposa) e Luiza (sua filha) em 1921.



 Deixou do 1º casamento:
 - Maria Madalena de Jesus


Casamento de Maria Madalena e José Martins em 1930, na foto ainda estão Zeferino (a esquerda) e os filhos Clarindo e Luiza (embaixo).



Do 2º casamento:
 - Clarindo Rodrigues de Rezende
 - Joaquim Rezende
- Luiza Alves Martins

Fac-símile do Batistério:  

No mesmo dia ut supra ao innocente Zeferino nascido a 25 de agosto passado, filho legítimo de Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus, PP Francisco José da Silva e Anna Maria de Rezende. (3 sep 1882)

Fac-símile da certidões matrimomiais:

Nº 1: Aos vinte e seis dias do mes de junho de novecentos e nove, nesta Matriz perante mim e diante das testemunhas Joaquim Gomes e Joaquim Carrijo de Lima, corridos os prazos, e dispensados do impedimento de consaguinidade em terceiro grau, atingente ao segundo da linha collateral, receberam-se em matrimonio Zeferino Rodrigues de Rezende e Virgilina Maria de Jesus. Elle solteiro, com vinte e cinco annos de idade, filho legítimo de  Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus. Ella também solteira com deseseis annos de idade filha legítima de Joaquim Carrijo Machado e Maria Rosa de Jesus. Ambos, nascidos e baptizados e residentes nesta freguesia, os quaes nubentes receberam-se em matrimonio por palavras de presente, e logo lhes dei as bençãos fora da missa por Indulto Apostólico. E para que em todo tempo conste passei o seguinte que assigno. O Vigário Padre André Aguirre
  
Nº 2: Aos seis de setembro de mil novecentos e treze,  observadas as formalidades do estylo e as Constituições Diocesanas, em minha presença e das testemunhas José Gomes Martins Rodrigues e Joaquim Lourenço Ferreira, receberam-se mutualmente em matrimonio Zeferino Rodrigues de Rezende e Etelvina Alves Rodrigues, elle com trinta e um annos de idade,  filho legítimo de  Elias Rodrigues Martins e viúvo por fallecimento de sua mulher Virgilina Maria de Jesus e ella com dezenove annos de idade, filha de Joaquim Ferreira Carrijo e de Anna Martins da Conceição. Previamente dispensados pelo Exmo. Diocesano do impedimento de consaguinidade no terceiro grao egual e de affinidade lícita também no 3º grau egual. O Vigº. Conº. Pedro Pezzuti

Fontes: Arquivo Eclesiástico de Uberlândia, Acervo Onofre Rezende 
Realização: Daniel Rezende.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Registros Matrimoniais da Família Paniago

Faço a apresentação dos registros de casamento de três filhos do casal Antônio Joaquim Paniago e Anna Maria de Rezende. Tais casamentos ocorreram em fins do século XIX em Uberlândia, naquele tempo cognominada de São Pedro de Uberabinha. São documentos muito importantes para a história da família, os consegui durante as minhas pesquisas. Seguem abaixo o fac-símile dos mesmos:

- Aos 27 de Julho de 1875, nessa Matriz em minha prezença e das testemunhas José de Carvalho e Joaquim da Fonseca e Silva receberão em matrimonio Damazo Ferreira de Menezes com Mariana Luciana de Rezende, aquelle filho legitimo de João Vicente de Menezes e Rita Luiza da Fonseca e esta filha legítima de Antonio Joaquim Paniago e Anna Maria de Rezende, ambos desta freguesia.
Pe. João da Cruz Dantas Barbosa
Livro M 02.



- Aos 31 de Julho de 1875, nessa Matriz em minha prezença e das testemunhas Antônio
José de Carvalho e Joaquim Pereira dos Santos receberão em matrimonio Bento Joaquim Paniago e Maria Rita de Cassia, aquelle filho legitimo de Antonio Joaquim Paniago e Anna Maria de Rezende e esta filha legítima de José Thomaz Peres e Rita de Cassia Pereira, ambos desta freguesia.

Pe. João da Cruz Dantas Barbosa

Livro M 02.


Fotografia de 1905, Bento J. Paniago, sua 2ª esposa Amélia Basília de Jesus e a filha caçula Etelvina.


- Aos 3 de setembro de 1881, nesta Matriz em minha prezença e das testemunhas Bento Joaquim Paniago e Manoel Peixoto Carrejo receberão em matrimonio Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus, aquelle filho legitimo de Francisco Martins Carrejo e Delfina Maria Rodrigues e esta filha legitima de Antonio Joaquim Paniago e Anna Maria de Rezende, ambos desta freguesia.

Pe. João da Cruz Dantas Barbosa

Livro M 03

Esses matrimônios foram realizados na antiga Matriz de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião do Uberabinha, igreja construída em fins da década de 1840 e que foi demolida em 1941. Em substituição foi construída a de Santa Terezinha na Praça Tubal Vilela, que posteriormente transformou-se em catedral.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Felisberto Alves Carrejo

O cidadão Felisberto Alves Carrejo (ou Carrijo), ao chegar neste esplêndido chão-planalto, apressou-se logo em formar aqui um povoado, sendo este, em seguida, denominado como Nossa Senhora do Carmo, nome da padroeira e que só depois recebeu um outro nome, o de São Sebastião da Barra de São Pedro do Uberabinha. Muitos e antigos cidadãos já disseram que aquele promissor povoado, em adiantado estágio populacional, era tratado por Arraial dos Carrijos. Do que se conseguiu apurar, o patrimônio fora constituído em 1846, quando foi dado início aos trabalhos de construção da Capela Curada. A referida casa de orações veio mais tarde a ser a primeira igreja do lugar, sendo sua denominação a de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião. Para alguns dos mais antigos historiadores que se dedicaram à busca de resultados em prol da afirmação histórica do Município de Uberlândia, um dos filhos de Felisberto Alves Carrejo (José Martins Carrejo), já ordenado padre, era quem ministrava os sacramentos na capela do arraial de São Pedro. É deveras interessante um trecho que fala sobre esse topônimo: Segundo consta, tudo se deu pela descoberta de uma inscrição (feita certamente por ponta de faca, ou canivete), em um velho tronco de aroeira e à beira de um córrego afluente do nosso amado Rio Uberabinha (antes chamado Uberaba Legítimo), onde se lia - 29 de junho — Dia do Santo. Há também uma antiga foto, ainda em bom estado de conservação, mostrando parte da grande família constituída pelo fundador do arraial, Felisberto Alves Carrejo - ou Carrijo, como ainda insistem determinados historiadores. Acrescente-se também, a título de curiosidade, que a referida foto não registra imagens de crianças. São só adultos. São 12 varões - todos muito bem trajados, com ternos, camisas brancas e gravatas. Três simpáticas damas fazem parte da referida fotografia. Duas estão ao lado de Felisberto e podem ser a esposa e sua mãe; a outra, talvez uma filha ou nora. É de se levantar dúvidas de que as crianças tenham sido deixadas à margem pelas condições precárias da velha máquina fotográfica ou então por sentido de superioridade, já existente naqueles velhos tempos. Por uma ou outra razão, certo é que as crianças não fizeram parte naquela foto familiar e histórica.

Publicado no jornal Correio de Uberlândia - Ano 2009

Alberto de Oliveira

Jornalista


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mariana Luciana de Rezende e seu tronco familiar

Nasceu em 1858 em São Pedro de Uberabinha, era filha de Antônio Joaquim Paniago (possivelmente imigrante espanhol) e de Anna Maria de Rezende, pertencente a uma das famílias locais, sendo filha de Manoel Machado Rodrigues e Mariana Alves Rabello. Aos 27-07-1875, C.C. Dâmaso Ferreira da Fonseca, filho de João Vicente de Menezes e Rita Luiza da Fonseca, oriundos da Vila de São Domingos do Araxá. Ao se casar, foi morar na Fazenda Buriti, no local denominado Buracão, próximo ao Rio Araguari, outrora chamado de Rio das Velhas. Seu marido a abandonou com os filhos ainda pequenos e foi morar na Fazenda Monjolinho, arrumando outra família lá. Mariana veio a falecer em 06-03-1918. Ao que se sabe, deixou 7 filhos, e estima-se em cerca de 1.500 descendentes, radicados especialmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal.

F1 – José Ferreira da Fonseca. N. a 11-07-1876. B. a 16-07, sendo padrinhos José Vicente Ferreira e Rita Luiza da Fonseca. Faleceu na infância e não dispomos de maiores informações.

F2 – Bento Ferreira da Fonseca. “Bentinho” N. a 07-05-1878, e foi B. a 09-06 do mesmo ano, sendo seus padrinhos Antônio Gomes Martins e Ana das Dores Martins. Sempre morou na Fazenda Buriti, onde possuía terras. Também não se casou e faleceu acidentalmente em 21-10-1925. Ao ver que uma forte chuva cairia, dirigiu-se da roça com uma enxada nas costas para sua casa, quando foi vitimado por um raio.

F3 – Maria Rita de Jesus. N. a 22-08-1879, e B. 04-07, foram padrinhos de batismo José Joaquim Paniago e Lucinda Francisca de Jesus. Contraiu matrimônio com Belarmino Ferreira de Rezende, seu primo e filho de Francisco Mariano Ferreira e Maria Joana de Rezende. Era neto paterno de Mariano Ferreira de Ázara e Felicidade Perpétua da Luz Divina (naturais de Araxá - MG) e neto materno de Antônio Joaquim Paniago e Ana Maria de Rezende. Deixou pelo menos dois filhos, ao que se sabe a família mudou-se para Anápolis na década de 1930. E infelizmente desconhecemos sua descendência, a não ser os filhos cujos nomes seguem abaixo.
N1 – José Virgínio de Rezende (Mais conhecido como Seu Zeca, teria falecido em Porangatu – GO);
N2 – Manoel Ferreira de Rezende.
N3 - Acácio Ferreira de Rezende

F4 – Joaquim Ferreira da Fonseca. N. a 07-07-1881, B. a 17-07, sendo padrinhos Joaquim Ferreira de Ázara e Ana Maria de Rezende. Falecido na infância.

F5 – Mudesto Ferreira de Rezende. N. a 28-04-1883, na Fazenda Buriti em São Pedro de Uberabinha, foi grande fazendeiro, possuidor de terras nas fazendas Sobradinho, Jardim e São Francisco. Casou-se em primeiras núpcias a 29-04-1911, com Thereza Maria de Jesus, nascida a 01-10-1887, filha de João Gomes Pereira e Maria Luiza de Jesus. Ia a Uberaba constantemente no seu carro-de-boi para buscar sal e arame com a finalidade de revender na região. Enviuvou-se em 1940 e casou-se em 1943 com Elvira Fernandes.

Deixou do primeiro matrimônio:
N4 – Ladário Ferreira Gomes, nasceu a 11-11-1912, assim como o pai, foi grande fazendeiro. Teve propriedades nas fazendas Sobradinho, Córrego dos Caetanos, Jardim e Terra Branca. Contraiu matrimônio com Geralda Alves da Rocha.
N5 – Orcila Ferreira Gomes, nasceu a 18-10-1913, faleceu ainda criança. Segundo o relato de alguns parentes, sua morte deixou muita tristeza e remorso. Alguns dias antes de seu falecimento viu uma rosa muita bonita e pediu para que se fizesse um vestido com um tecido estampado semelhante àquela flor. Sua mãe, chorou por muito tempo por não ter realizado o seu pedido.
N6 – Zulmira Ferreira Gomes, nasceu a 17-10-1915. c.c seu parente Arlindo Gomes Rodrigues aos 25-04-1936, filho de Victor Rodrigues de Rezende e Virgilina Laudelina Martins. Faleceu a 01-06-1944 deixando seu único filho muito pequeno.
N7 – Maria Ferreira Gomes (de Rezende), nasceu a 01-11-1917 e c.c. Joaquim Rodrigues de Rezende, seu primo, nascido a 01-01-1911. Filho de Onofre Rodrigues de Rezende e Virgilina Maria de Jesus. Após o casamento foi morar no Lageado, até mudarem para Anápolis-GO em janeiro de 1944, com as duas filhas pequenas Valdete e Benedita. Naquele município goiano, residiu na Fazenda Sobradinho, propriedade dos seus tios e sogros, posteriormente morou na Av. Tiradentes e também na Rua Afonso Prado no Bairro Maracanã. Faleceu em 04-05-2008 aos 90 anos e 6 meses de idade. Foi sepultada no jazigo da família no Cemitério São Miguel.
N8 - Demerval Ferreira Gomes, nasceu a 09-10-1919. Casou-se com Vitória Mendonça. Era autodidata, frequentou os bancos escolares somente por três meses. Foi participante do primeiro consórcio para adquirir televisões em Uberlândia nos anos 1960. Instalou inúmeras usinas nas fazendas e já naquela época fazia antenas para receber sinal de TV na zona rural. Faleceu em 1962, sendo ofendido por uma cobra, enquanto estava no mato fazendo suas necessidades físicas.
N9 – João Ferreira de Rezende, “Tuta” nasceu a 04-11-1921. Casou-se com Adonira Pereira Peres, enviuvando-se contraiu matrimônio com Maria Fonseca Rodrigues. João faleceu em 14-01-2006.
N9 – Ormezinda Ferreira Gomes, “Preta” nasceu em 23-08-1923. Casou-se em 1948, com Sebastião Alves Oliveira, natural de Sacramento-MG. Adquiriu da mãe a tradição de quitandeira e doceira, de mão cheia, como diz os mineiros. A qual mesmo não podendo mais se dedicar a esses afazeres, por causa da idade e da debilitada saúde, a fama perdura entre os familiares e amigos. Reside em Uberlândia juntamente com seu marido e a filha Abadia Alves Ferreira.
N10 – Odília Ferreira Gomes, nascida em 05-06-1925. Na juventude fora de inigualável beleza, da qual os rapazes do Sobradinho e região demonstravam profundo encantamento. Casou-se em 1943, com Joaquim Ferreira Rodrigues, seu primo. Filho de Luiz Ferreira da Fonseca e Vitalina Cândida Rodrigues. Faleceu vítima de um câncer em 18-08-1981.
N11 – Otávio Ferreira Gomes, “Tavico”. Nasceu em 14-10-1927, era uma pessoa de estimável conduta e cordialidade. Mas não podia se enfurecer, que era sistemático e enérgico. Casou-se com Iraci Marcelino Cabral “Sudinha” e faleceu em 17-08-1993.
N12 – Pedro Ferreira Gomes, “Pedrinho do Mudesto”. Recebeu esse nome por nascer no dia de São Pedro, em 29-06-1929. Casou-se em 1949, com Maria Rizza, filha dos italianos Eugênio Rizza e Adelina Guerini. Depois de vender o sítio, no Sobradinho, transferiu-se para a cidade. Onde em sociedade com seu concunhado e primo Delciro Gomes Mendonça montou uma máquina de arroz na Av. Mato Grosso. Também manteve armazém por algum tempo, posteriormente foi trabalhar de taxista, profissão que carregou até o seu falecimento. Seu ponto inicialmente era na rodoviária antiga, na Praça Cícero Macedo, depois passou para a nova rodoviária.
N13 – Orlandina Ferreira Gomes, “Dica” ou “Fia”. Nasceu em 01-06-1932. Perdeu sua mãe ainda pequena. Famosa pelos seus pães de queijo e biscoitos, todos dão notícia de sua mão prendada, é ainda dona de um humor sem igual. Casou-se com José Custódio Neto, hoje é viúva e reside no Bairro Aparecida, antiga Vila Operária.

Do segundo matrimônio:
N14 – Maria Eliza Ferreira.
N15 – Odilon Ferreira de Rezende. Nasceu em 20-11-1945, na Fazenda Sobradinho, onde aprendeu a lida de lavrador. Casou-se com Neuza Lopes Gomes, sua parente filha de Waldemar de Oliveira Gomes (Waldemar Paniago) e Custódia Gomes Lopes. Posteriormente mudou-se para a cidade, onde trabalhou de sapateiro por vários decênios, até se aposentar.

F6 – Luiz Ferreira da Fonseca. N. a 07-02-1885, B. a 22-03, sendo padrinhos Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus. Aos 02-06-1920, c.c. Vitalina Cândida Rodrigues, filha de Joaquim Elias Rodrigues e Maria Cândida da Conceição. Deixou numerosa descendência em Uberlândia, vindo a falecer a 01-09-1960.
N16 - Joaquim Ferreira Rodrigues. N. a 14-05-1921, c.c. Odília Ferreira Gomes, sua prima. Faleceu em 28-10-1986;
N17 -José Ferreira Rodrigues, N. 27-08-1923 c. c. Sebastiana Aparecida Rodrigues, faleceu em 17-01-1995;
N 18 - Otávio Ferreira Rodrigues;
N20 - Lila Ferreira Rodrigues;
N 19 - Mariana Ferreira Rodrigues, c. c. João Marçal Dionísio;
N21 - Ormelinda Ferreira Rodrigues;
N22 - Olinda Ferreira Rodrigues;
N23 - Mário Ferreira Rodrigues;
N24 - Maria Ferreira Rodrigues, c. c. Valtênio Santos;
N25 – Zulmira Ferreira Rodrigues.

F7 – Virgilina Maria de Jesus. N. a 10-10-1887. B. a 06-11 foram seus padrinhos Joaquim Pinto Alves e Francisca Marcelina de Souza. Aos 31-07-1909, c.c. Onofre Rodrigues de Rezende, seu primo e filho de Elias Rodrigues Martins e Maria Magdalena de Jesus.
N25 – Joaquim Rodrigues de Rezende. N. a 01-01-1911, na Fazenda Marimbondo. Casou-se com Luiza Francisca de Jesus, sua prima. Filha de Joaquim Caetano Peixoto e Laurinda Francisca de Jesus. Enviuvou-se em 1938 e em 1940, casa-se com Maria Ferreira Gomes, sua prima. Filha de Mudesto Ferreira de Rezende e Thereza Maria de Jesus. Em 1944 muda-se para Anápolis, onde falece a 15-01-1976.
Deixou filhos do 1º casamento:
- Jovelina Rezende (*1938 + 1973)
Do 2º casamento:
- Valdete Maria de Rezende (*1941 + 2008), Benedita de Fátima Rezende (1943), João Martins de Rezende (1945), Diva Rezende Gomes (1947) e Terezinha Rezende (1948).
N26 – José Rodrigues de Rezende. N. em 1914 e c.c. Izabel Rodrigues da Cunha. Faleceu em Anápolis – GO em 12-04-1967.
N27 – Olímpio Rodrigues de Rezende. N. a 01-03-1918, casa-se com Ludovina Maria dos Santos N. 13-11-1922 em Uberlândia. Em 1941, juntamente com sua família muda-se de Araguari para Anápolis, vindo a residir na Fazenda Sobradinho, onde faleceu a 24-12-1979. Deixou os seguintes filhos:
- Ivete Maria de Resende, Adélia Maria de Resende, Alice Maria de Resende, Milton Rodrigues de Resende, Antônio Rodrigues de Resende, Isabel Maria de Resende, Pedro Rodrigues de Resende, Mário Rodrigues de Resende, Marlene Maria de Resende e Lúcia Maria de Resende.
N28 – Manoel Rodrigues de Rezende “Neném”. N. a 07-11-1921 na Fazenda Fundão em Araguari. Em Anápolis casa-se com Conceição Neves, ficando viúvo c.c. Maria Firmina de Oliveira, natural de Estrela do Sul – MG. Hoje com seus 89 anos ainda demonstra muita lucidez e força.
Do 1º casamento:
- Adahil Rodrigues de Rezende, João Batista Resende, Suelene  Rodrigues de Resende e Sarah Rodrigues de Resende.
Do 2º casamento:
- Paulo Elias de Rezende e Rodrigo Elias de Rezende.
N29 – Adélia Maria de Rezende. N. a 26-07-1924 em Araguari, em solo anapolino c.c. Anizio Pedro da Silva, natural de Patos de Minas. Faleceu acidentalmente em 03-07-1981, sendo atropelada por um ciclista. Deixou numerosa descendência.

Obs.: F1 - 1º filho, N1 - 1º neto e assim sucessivamente.